De tanto escrever palavras vãs
tenho medo que me faltem palavras para o essencial. E se tiver vindo equipada
de origem com um número finito de palavras, toma, são estas, atadas com o indelével cordão dos momentos
felizes e impetuosos, e a fragilidade do sopro hostil? E se depois de as
esbanjar em verborreias inúteis me faltarem? E se após as plasmar em papéis
estéreis de tantos reis que se passeiam nus me não sobejar nenhuma, uma só que
seja, para me afirmar, amar, ser? E se depois.