Às vezes não é preciso muito. Penso
nisto enquanto estendo o corpo como uma língua, um caminho que se desenrola de
pernas e ancas, sinuoso, nada é recto como na vida, o cabelo de medusa abraçado
em cachos selvagens às almofadas e te acomodas como te abandonas num outro
corpo, ambos quentes e felizes no silêncio eloquente, primeiro. Enrolo-me no
véu de silêncio, inspiro e expiro-me, e penso que podia ser sempre assim.
Corpo. Silêncio. Vida.