23 Sept 2019

Corpo Silêncio Vida


Às vezes não é preciso muito. Penso nisto enquanto estendo o corpo como uma língua, um caminho que se desenrola de pernas e ancas, sinuoso, nada é recto como na vida, o cabelo de medusa abraçado em cachos selvagens às almofadas e te acomodas como te abandonas num outro corpo, ambos quentes e felizes no silêncio eloquente, primeiro. Enrolo-me no véu de silêncio, inspiro e expiro-me, e penso que podia ser sempre assim. Corpo. Silêncio. Vida.