Há silêncios que doem e que
matam. Há silêncios que devem ser interrompidos, não tenho qualquer
dúvida, e há silêncios que amam e nos
amam. Nesta casa não há se não silêncio neste momento. As gatas dormem, o
almoço cozinha-se, e eu sentada na plenitude de nada fazer, descanso neste
silêncio que me abraça e beija, um manto tranquilo que desce sobre mim com
leveza de seda. Abraçar o silêncio é talvez das maiores aprendizagens da
maturidade. É preciso crescer muito, falar muito, ouvir outro tanto. Abraço-o
sem medos nesta manhã de domingo, preciso dele para respirar e amo-o quando me
entra pela porta no sol oblíquo de fim de tarde, outro dia que não hoje. Falar
silêncios. Aprendamo-lo.
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