7 Apr 2019

Abraçar o silêncio


Há silêncios que doem e que matam. Há silêncios que devem ser interrompidos, não tenho qualquer dúvida,  e há silêncios que amam e nos amam. Nesta casa não há se não silêncio neste momento. As gatas dormem, o almoço cozinha-se, e eu sentada na plenitude de nada fazer, descanso neste silêncio que me abraça e beija, um manto tranquilo que desce sobre mim com leveza de seda. Abraçar o silêncio é talvez das maiores aprendizagens da maturidade. É preciso crescer muito, falar muito, ouvir outro tanto. Abraço-o sem medos nesta manhã de domingo, preciso dele para respirar e amo-o quando me entra pela porta no sol oblíquo de fim de tarde, outro dia que não hoje. Falar silêncios. Aprendamo-lo.

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