7 Aug 2020

Intermitências do sono

Pudesse eu lembrar-me como te reencontrei e talvez soubesse de abraços longos e envolventes ou beijos furtivos que se tornaram longos e quentes como a brisa nocturna de verões cálidos. E presentes. Não sei quantos anos de ausência. Dez, quinze, sempre. O epitáfio que quase te escrevi, o anúncio aflito à tua procura, e as partilhas que hoje nada há além de likes e partilhas. Nao estavas nem eras. Fosse eu outra coisa que não eu, e pouco me interessaria porque voltaste. Se calhar, o jeito doce de te chamar, vem, meu amor, vem agora, a mulher convenientemente  submissa, astuta e matreira  para atrair o objecto desejado, ou o ímpeto de te sacudir nas horas impróprias, és feito de incógnitas e surpresas. Tantas que voltaste sem mais. E agora, neste mesmo momento em que arrumo o dia e solto o corpo estás perto e somos um até as palavras me faltarem e  restará o silêncio e nós. Fica comigo. Preciso-te, meu sono adorado. Tanto.

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