Em casa da minha avó havia uma.
Era tão alta que chegava ao segundo andar e dava-nos as boas-vindas quando lá
íamos pelo Natal, uma ou outra vez cobriu-se de neve, ocasionalmente pela
Páscoa quando o compasso pascal obrigava a que as mamas da estatueta cinzenta
fossem cobertas para não insultar o vigário, e no verão, quando as mamas da
estatueta eram livres e tão jovens e firmes como na Páscoa, e não havia neve.
Assim era a araucária. Hoje quando o sol poente me chamou da janela da cozinha
vi uma araucária. O contraste escuro em escadinha contra o céu em listas
horizontais coloridas. Nunca antes havia visto a araucária e não sei porque
havia de a ver exactamente hoje neste jejum abstinente de fotografias a que
este bicho de onde vos escrevo me impôs. Araucária ao poente na hora em que se
escondem todos os males e se abrigam inquietudes, que bela fotografia, não
ficou?
No comments:
Post a Comment