Podes vir agora que a noite se
aninhou no luar e lá fora não há se não quietude, não silêncio. Podes vir agora
que estendi o corpo e lhe sacudi os afazeres dos dias, obrigações, preocupações,
que me afastam tanto de ti, ausências prolongadas que me põem exausta e
consumida de vida. Vem agora, meu amor, que o corpo se aninha na lassidão do
calor. Larguei os cachos na almofada, respiro com a doçura dos amantes felizes.
Se vieres agora, amar-te-ei intensa e feliz até que o sol te chame e te lance
noutros braços do outro lado do mundo. Vem, meu insondável sono, meu amante
castigador, preciso tanto de ti.
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