8 Nov 2019

Crónicas dos sono #9


Larga-me. Não te quero perto agora. Não me beijes o pescoço com esses teus lábios lúbricos. Não me enroles os caracóis nesse teu dedilhar sensual, essa onda quente que me baixa as defesas, e fico submissa e lânguida, sabes bem. Não posso agora. Logo, tu sabes, quando os mochos se alvoroçam, e a lua brilha no topo dos pinheiros, estarei pronta para ti, o corpo nu abandonado, sem artifícios, só eu. Vem logo, meu amor fugidio, serei tua, meu sono insondável. Não agora. Afasta-te.

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